Inter perde de virada para o Fluminense e é eliminado na semi da Libertadores no Beira-Rio

O Internacional voltou a cair de uma semifinal de Copa Libertadores da América. Na noite de quarta-feira (04/10), o Colorado perdeu, de virada, por 2 a 1 para o Fluminense no estádio Beira-Rio e deixou a disputa do torneio continental após o jogo da ida ter acabado em 2 a 2. O zagueiro Gabriel Mercado colocou o Inter em vantagem no minuto 9 do 1º tempo, enquanto que os atacantes John Kennedy e Germán Cano fizeram os gols do time visitante nos minutos 36 e 41 do 2º tempo. Foi a quarta eliminação do Inter na semi da Libertadores depois das quedas em 1977 (triangular), 1989 e 2015.

Restam 13 jogos do Campeonato Brasileiro ao Inter neste final de 2023: no domingo (08/10), recebe a visita do Grêmio em jogo da 26ª rodada; na quarta (18/10), jogará fora de casa contra o Bahia; e, no domingo (22/10), medirá forças com o Santos no Gigante.

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ANÁLISES DO VDG

Alexandre Ernst: “O Internacional parece o time do quase. Quando achamos que vai mudar alguma coisa, mostra de novo que segue sendo o time do quase. Um time mais experiente, aguerrido e que deveria ter talvez um pouco mais de brio, inteligência para jogar no 2º tempo. O Inter sofreu um apagão geral no 2º tempo. O Diniz fez aquilo que sabe fazer: tentou atacar e fez 2 gols. Teve duas oportunidades no 2º tempo e matou o jogo. O Valencia teve uma oportunidade cara a cara com o Fábio e botou para fora. O Kennedy mudou o jogo no 2º tempo. Dá mais volúpia, intensidade e posse de bola ao time do Diniz. Ele esteve envolto nos dois gols. O Cano é mortal. O Fluminense jogou com inteligência. Fechou o jogo no 1º tempo. Com a falha do Fábio, o Inter fez 1 a 0. Diminuímos o ritmo muito cedo no 1º tempo. Não é uma questão de esperar para sair no contra-ataque. É inteligência de ficar com a bola e ir para frente. O Coudet não colocou o Dalbert, colocou o De Pena e o Bruno Henrique. Colocou o Luiz Adriano e o Lucca quando já estava 2 a 1. Quem não faz, leva. Não tem máxima maior no futebol”.

Lucas Collar: “É uma tristeza muito grande. O Inter não tinha cara de time eliminado, o Inter tinha cara de time finalista. O Inter durante 45 mais 30, então 75 minutos do jogo foi melhor, foi protagonista. Teve tudo para sair classificado. Criou para sair classificado. Teve três bolas na frente do goleiro e não fez. É muito difícil de compreender o que acontece, de digerir. O Inter foi ao Maracanã e fez um grande jogo, e aí a gente pode pensar que perdemos no Rio de Janeiro. Se tivesse ficado 2 a 1, estaríamos indo a pênaltis agora. Passa pelo Valencia, passa pelo Renê. Difícil apontar culpados. O Inter estava com o jogo controlado. Um jogo decisivo. Acabou jogando tudo no lixo. Não era o cenário que se avizinhava. Estávamos contando os minutos para o fim do jogo. Acabou a temporada do Inter em relação a algo positivo. Agora é uma luta ferrenha contra o Z-4, começando por domingo no clássico Gre-Nal. É difícil entender o porquê e quando vai chegar a nossa vez de novo”.

Diego Brião: “O Inter em 5 minutos levou 2 gols de um Fluminense que praticamente nada criou. O Inter cria para si um novo Olimpia, talvez um novo Tigres. Hoje foi dolorido. Não tinha cara de eliminação. O Inter era mais brigador, o Inter tinha mais bola, mais cancha, tem mais experiência na comparação dos dois clubes e, inacreditável e de maneira inexplicável, o Inter deixa a Copa Libertadores da América nas semifinais para um Fluminense que parecia morto no jogo, que parecia jogar em uma rotação muito menor do que a do Inter. Sofremos com eliminações dolorosas nos últimos tempos: para o Melgar no ano passado, para o América e o Caxias neste ano. Para falar só das últimas. Doeram muito. Mas a de hoje, nós finalmente tínhamos criado uma onda positiva para levar o Inter rumo a um bom caminho. Hoje nada explica. Talvez os gols perdidos do Valencia, talvez a falta de concentração. É complicado encontrar uma lógica no que aconteceu hoje no Beira-Rio. O Inter dá uma nova cicatriz ao seu torcedor”.

ENTREVISTA PÓS-JOGO

Eduardo Coudet, treinador do Inter: “Fizemos o jogo que preparamos. Tivemos muitas chances para o jogo e não conseguimos matar. Sofremos dois chutes a gol e sofremos os dois. (…) Não estávamos sofrendo com o rival. Tivemos as chances. As duas finalizações deles a gol foram gol. Tivemos 17 finalizações e fizemos só um gol”.

A PARTIDA

No decorrer de todo o 1º tempo, o Inter parecia mais elétrico e com mais pinta de finalista da Libertadores, enquanto que o Fluminense fazia um jogo para suportar a pressão e tentar sair em contra-ataques. Em raros momentos, o time carioca conseguiu colocar a bola no chão e trocar passes no ataque. Houve um chute para cada lado nos primeiros minutos, dados por Germán Cano para o Fluminense e por Wanderson para o Inter. O placar foi aberto por Gabriel Mercado no minuto 9 em cabeçada pós-escanteio cobrado na ponta esquerda por Alan Patrick: 1 a 0. No minuto 14, o Inter teve boa chance em chute de Maurício da entrada da área, mas Fábio fez grande defesa. Aos 21, Alan Patrick chutou do mesmo local, quase pendurando a bola no ângulo superior direito da meta norte do Beira-Rio, mas ela saiu pela linha de fundo. O Inter ainda teve duas chances menos claras de gol com Vitão em um chute da meia direita e com Wanderson em finalização da meia esquerda, ambas para fora. Aos 41, Cano acertou a trave da goleira colorada, mas o lance foi invalidado por impedimento.

O Fluminense ficou mais com a bola no 2º tempo e o Inter passou a ceder mais faixa de campo. O primeiro chute a gol no 2º tempo foi realizado por Germán Cano no minuto 7, direto para fora, desde a meia direita. No minuto 25, o Inter esteve perto do gol em cabeçada de Valencia que foi para fora. Aos 33, o equatoriano recebeu grande passe de De Pena em profundidade, mas chutou a bola para fora. Aos 34, Lima finalizou de fora da área por cima da meta colorada após rebote de escanteio. Aos 36, John Kennedy fez o gol de empate do Fluminense ao receber bola pelo lado esquerdo do ataque e tocar na saída de Rochet: 1 a 1. Cinco minutos mais tarde, após tabelamento que se desenvolveu pelo lado direito de ataque, Cano recebeu bola cruzada na altura da marca penal, de onde chutou cruzado, vencendo o goleiro colorado: 1 a 2. Aos 46, o Inter ainda teve chance para o empate: após escanteio cobrado no lado direiro, Luiz Adriano cabeceou no miolo da área, mas Fábio fez importante intervenção e evitou o gol. No minuto 50, em contra-ataque, John Kennedy recebeu bola nas costas da zaga e, no mano a mano com Rochet, foi parado pelo goleiro do Inter em preciso desarme que evitou o 3º gol do Fluminense.

INTERNACIONAL 1-2 FLUMINENSE | LIBERTADORES, SEMIFINAL | ESTÁDIO BEIRA-RIO

Inter (formação inicial): Sergio Rochet; Hugo Mallo, Vitão, Gabriel Mercado e Renê; Johnny; Mauricio, Charles Aránguiz e Wanderson; Alan Patrick; Enner Valencia. Técnico: Eduardo Coudet.

Alterações realizadas: 28’2T – entraram Carlos De Pena e Bruno Henrique, saíram Mauricio e Charles Aránguiz; 44’2T – entraram Lucca e Luiz Adriano, saíram Johnny e Wanderson.

Formação final: Sergio Rochet; Hugo Mallo, Vitão, Gabriel Mercado e Renê; Bruno Henrique, Carlos De Pena e Alan Patrick; Lucca, Luiz Adriano e Enner Valencia.​

Reservas não utilizados: Keiller, Fabricio Bustos, Igor Gomes, Nico Hernández, Dalbert, Gabriel e Rômulo.

Desfalques: Matheus Dias e Pedro Henrique (lesão); Rodrigo Moledo (suspensão por doping).

Cartões amarelos: Bruno Henrique (Inter); Martinelli (Fluminense).

Árbitro: Jesús Valenzuela (VEN); assistentes: Jorge Urrego (VEN) e Tulio Moreno (VEN); quarto árbitro: José Argote (VEN); árbitro de Vídeo (VAR): Juan Soto (VEN); assistentes do VAR: Jhon Perdomo (COL) e Carlos López (VEN).

Fluminense: Fábio; Guga (Yoni González), Nino, Felipe Melo (John Kennedy) e Marcelo; André e Alexander (Martinelli); Jhon Arias, Ganso (Lima) e Keno (Marlon); Germán Keno. Técnico: Fernando Diniz.

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