O destino de Carlos Palácios deve ser fora do Internacional no segundo semestre de 2022. O chileno de 21 anos está prestes a ser emprestado a fim de ganhar novos ares. Com dificuldade de adaptação ao Beira-Rio, o camisa 14 – ele era o 16, mas com a chegada de Fabrício Bustos mudou de numero – passa por acompanhamento social para recuperar-se em uma temporada difícil e sem participações no time de Cacique Medina.
Palácios está visivelmente fora de forma. Realiza exercícios para recuperar o físico em trabalhos por vezes alijado dos demais companheiros. As corridas ao redor do gramado são quietas. Quase não conversa com o profissional que o acompanha. Quando passa pelos repórteres que estão presentes no dia a dia do clube, menos interação ainda. A adaptação ao Brasil e a falta da família são trabalhadas com a assistente social do clube, Patricia Vasconcellos.
O Inter, assim como 90% dos clubes no Brasil, não tem um departamento de psicologia do esporte dentro do futebol profissional – apenas o Palmeiras que está avançado e organizado nisso, graças ao Abel Ferreira. Então, a assistente social do futebol profissional acaba fazendo o papel de psicóloga.
– Os boleiros têm resistência à psicóloga… E não digo boleiros do Inter, me refiro aos boleiros brasileiros… – disse uma pessoa com trânsito no vestiário do Inter.
Não há problemas extracampo, como saídas noturnas ou mulheres. Palácios é casado. Tem um filho. A distância da família e do Chile que tem lhe prejudicado, segundo pessoas próximas. Ainda com Miguel Ángel Ramírez na casamata, houve esse problema de adaptação. O ex-treinador, agora no Charlote FC, pediu a paciência do torcedor, em maio do ano passado. Lembrou da pouca idade do meia após um confronto diante o Esportivo, em que Palácios teve boa atuação.
– Carlos tem 20 anos e está sozinho aqui, longe de sua família. É pai de um bebê de quatro meses e está longe dele e sua esposa. A família não pôde vir porque as fronteiras estão fechadas no Chile. Imagine, em um país novo, que não conhece nada, sem falar o idioma. É difícil para mim, que tenho 36 anos e com experiência internacional. Imagine para um garoto de 20 anos – disse Ramírez, à ocasião.
É bem verdade que Palácios ainda não deslanchou como o esperado. O investimento de cerca de R$ 17 milhões precisa dar um retorno ao clube. E, por isso, um empréstimo para algum clube do Chile é visto como benéfico para a recuperação da autoestima. Em 2022, ainda não atuou com a camisa do Inter. No início do ano, por estar próximo de pessoas positivadas para Covid, acabou sem treinar. Ganhou peso. E nunca mais conseguiu recuperar o tempo perdido.
– O pior que ele tem todas as características do jogador que o Medina quer, o problema é o mental… E no futebol o mental, como já dizia o Cruyff, é o elemento mais importante – resumiu outra fonte ligada ao departamento de futebol.
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Foto: Ricardo Duarte, divulgação Inter
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