Bastidores importantes sobre as contas do Inter e o futuro financeiro do clube

Após um dia de demissões e muita repercussão negativa pelo desligamento do clube de ídolos como Iarley e Fabiano, a gestão de Alessandro Barcellos vive à expectativa do relatório da BDO Global – uma das cinco maiores redes de contabilidade do mundo – para cravar o tamanho real do problema financeiro que irá enfrentar nos próximos três anos.

A auditoria contratada pelo clube tende a enviar o raio-x das contas Coloradas nos próximos dias. Mas se sabe que, além de uma dívida real próxima de R$ 700 milhões, o déficit do ano pandêmico tende a fazer com que a gestão de Marcelo Medeiros entre para a história como o maior saldo negativo já apresentado pelo clube – confira a parcial do balanço Colorado no Portal da Transparência.

Enquanto o documento da BDO não chega, dois números circulam pelos corredores do Beira-Rio para o fechamento das finanças de 2020. Algumas pessoas acreditam em valores negativos próximos aos R$ 70 milhões. O presidente Barcellos já trata a dívida do ano passado – de forma pública, inclusive – com cifras na casa dos R$ 90 milhões.

Há alguns bastidores interessantes e que têm de ser levados em conta, é verdade. Por exemplo: o futebol começou em 2020 e terminou em 2021. Logo, lançamentos de receitas e premiações do final do ano na casa de R$ 40 milhões acabaram entrando para os cofres do clube após 31 de dezembro.

Contabilmente, esses valores serão lançados no ano-calendário 2021, não mais 2020, prejudicando a finalização das cifras do último ano da década. A tomada de decisão a respeito destes lançamentos – se lançados em 2020 ou 2021 -, inclusive, foram tema de debates em um fórum privado entre os principais executivos de clubes do Brasil.

Mas e o Programa de Modernização da Gestão e Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, o PROFUT? Como fica? O Inter pode ser punido pelo programa pelo déficit ultrapassar os 20% da receita bruta de 2019? Calma! Em janeiro deste ano, o Governo Federal publicou a Lei nº 14.117, suspendendo o pagamento do parcelamento das dívidas dos clubes de futebol com a União.

Mesmo assim, o procedimento padrão do órgão é notificar o clube para que este preste esclarecimentos a respeito de suas contas. Há uma espécie de sindicância para entender se o Inter tomou medidas para combater o saldo negativo a longo prazo, etc etc etc… Já houve essa notificação em 2018, quando a gestão Medeiros fez mais de R$ 62 milhões em dívida no ano-calendário 2017.

Aliás, quando a dívidas com a União. Em agosto passado, o Inter renegociou junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional uma parte de seu débito com a Receita, conseguindo uma redução de valores na casa dos R$ 30 milhões.

Fui, que o post já está grande… Abração.

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