O Inter passou a tarde na dúvida se sairia ou não o jogo por conta do risco do ciclone extratropical Yakecan, que ronda Porto Alegre, região metropolitana, litoral e região sul do estado. A Comenbol confirmou o jogo, porém o público acabou não comparecendo, registrando apenas 4.045 pessoas no Beira-Rio.
Casa vazia, frio e chuva, mas dentro de campo, um time mordido, maduro e que corrigiu certas debilidades que enfraqueceram o desempenho diante do Corinthians. A vitória por 2×0 foi sem riscos, pois o Independente mal e mal chegou ao gol de Daniel.
Mano começou a partida com Vitão, que era dúvida por ter saído machucado no jogo passado, ao lado de Bruno Méndez; Dourado, mesmo questionado, foi mantido como convicção e recupera força na hierarquia do técnico; Já, Maurício, foi o escolhido para o lugar de Alan Patrick, que assim como Pedro Henrique, não estão inscritos nessa fase da Sul-Americana. David seguiu titular, com Alemão, Wesley Moraes e Cadorini, centroavantes de ofício, ficando no banco. Fecharam ainda o time inicial: Daniel, Bustos, Renê, Edenilson, Wanderson e De Pena.
O Inter começou ditando o ritmo, controlando o jogo com passes de profundidade, efetividade na frente e arriscando. De Pena e Wanderson mantiveram a alta régua dos desempenhos desde que entraram no time. Construíram o labor ofensivo do time, tramaram, com Edenilson e Maurício aparecendo bem na frene e pisando na área, inclusive tramando.
A primeira grande chance veio de uma servida de Maurício para o capitão colorado, que ficou na cara de Mosquera, chutou rasteiro e o goleiro tirou com o pé em cima do zagueiro e empurrou pra linha de fundo.
Depois, em jogada construída por David no bico da área, aos 20 minutos, Edenilson surgiu na pequena área e empurrou para o primeiro gol. A comemoração foi emblemática: O camisa 8, ofendido com ofensa racial diante do Corinthians, por parte do lateral Rafael Ramos, tirou camiseta e malha e ficou sem camisa, empunhou o braço direito e cerrou o punho. O gesto simbólico dos panteras negras em repúdio ao racismo.
O Inter seguiu pressionando depois do gol e teve chances com De Pena, Dourado e Wanderson. A resposta veio somente aos 37, com Hernández, que chutou mascado, sem grandes riscos.
A segunda etapa começou com o técnico do Independente já promovendo mudanças, porém, Mano apostou na mesma escalação que jogou em alta rotação a primeira parte do jogo.
Logo aos 11 da segunda etapa, mais uma vez Edenilson foi às redes. Depois de bola rebatida pela defesa, o capitão ajeitou com a perna direita, da entrada da área, e arrematou de canhota e a bola morreu no canto superior direito de Mosquera. Um golaço.
A reposta mais forte dos visitantes veio dois minutos depois, dos pés de Luciano Pons, mas, Daniel operou a melhor e mais necessária defesa da noite. Depois, Bustos e David desperdiçaram de aumentar o placar.
O Inter se fechou um pouco mais e saiu em estocadas de contra-ataques. Liziero foi para o lugar de De Pena e fechou o corredor, mantendo, também, um ritmo de chegadas na intermediária pelo lado esquerdo. Alemão entrou ao mesmo tempo no lugar de David, que oscilou e esteve um pouco abaixo dos demais. Alemão operou belas tramas, especialmente com Wanderson.
Depois, Mano mexeu nos lateriais: Renê e Bustos foram para o chuveiro e Heitor e Moisés entraram em campo. Aliás, Heitor e Lizieiro, pela primeira vez servindo ao time com Mano no comando e Moisés, pela primeira vez jogou em sua posição. Antes disso, havia entrado um pouco na zaga para salvar o time que perdeu Vitão, no jogo da última rodada.
Por fim, Estevão foi para o lugar de Maurício, que decaiu no jogo. O jovem do celeiro entrou muito bem e inclusive teve chance de fazer um belo gol. Apostou em dribles e boas tramas, com Bruno Mendéz e Edenílson também quase guardando o terceiro, na sequência do mesmo lance triplo.
A vitória colocou o Inter na liderança, enquanto seca o Guairenã, que está jogando diante do 9 de Ocotobre, enquanto essa matéria é fechada.
Acompanhe o Pós-Jogo do Vozes do Gigante:
Foto: Reprodução Twitter Inter
Comentários